domingo, outubro 16, 2005

Orgulho/Princípio

A linha que separa o orgulho do príncipio é muito, muito leve. Pensemos, quantas vezes dizemos que, por uma questão de príncipio, não faremos determinada coisa? E quantas vezes, o que se passa na realidade é que por uma questão de orgulho não fazemos essa mesma determinada coisa?
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Ora eu falo por mim. Sou geneticamente orgulhoso. Contudo, (acho que) sei dar o braço a torcer. Quem me conhece pode dizer que não, e se forem quase todos a dizer, então é porque têm razão e eu dou o braço a torcer ao reconhecer que não o dou a torcer. Trocadilho engraçado.
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O que é certo é que também quase sempre só nós é que sabemos como nos sentimos cá dentro, e nós é que sentimos que estamos a abdicar de algo a que achamos que temos, ou teríamos, direito. Por outro lado, quem está de fora também pode ver com mais objectividade se estamos a ser cabeça dura ou não.
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Muitas vezes sabemos que estamos a agir, ou deixar de agir, por orgulho, mas tentamos enganar-nos a nós próprios, dizendo que é "uma questão de princípio"! E há mesmo asoutras vezes em que nem a nós nos enganamos, e sabemos perfeitamente que é orgulho, mas custa!... No inconsciente talvez uma ideia que se o fizermos os outros vão achar que somos fracos, quem sabe...
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No fundo, acho que isto acaba por se resumir ao princípio, mas há princípios pelos que valem a pena lutar, outros que nem por isso. Se peço a um amigo uma bolacha e ele não me dá, e passado um bocado diz que dá e não aceito, talvez seja um princípio sem sentido. É um exemplo talvez estúpido, ams é só para ilustrar um ponto de vista. Se um amigo me apoia numa caso em que estou muito abalado com alguma coisa e vai dizer a outras pessoas que nem sabe porque o está a fazer, e que devia era ter juízo, é uma questão bem diferente, em que o voltar atrás poderia ser bem diferente. Não são exemplos práticos (o da bolacha de certeza que já se deve ter passado:), exemplos apenas...
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É assim ténue a linha que nos pode fazer parecer (ou mesmo ser) mais ou menos obtusos, mais ou menos abertos e flexíveis. Cabe-nos a nós pesar sempre as duas medidas o mais objectivamente possível (100% é impossível) e decidir a melhor atitude.
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