segunda-feira, outubro 15, 2007

Quem Sou

Ouvindo The Cure - Lullaby [clicar aqui para ouvir ao ler]


O que sou? Perco-me entre imagens que vejo no espelho, palavras que ouço acerca de mim mesmo, pensamentos de mim para mim, palavras que leio depois de as ter escrito… O que sou, no fundo? Fazem bem estas interrogações? Faz bem pensar, será que se pode “pensar em demasia”? Ou será que perante certas questões que não têm resposta objectiva possível, como “o que sou?” nos podemos guiar a um abismo, que é o abismo da não resposta?

Ou será que nos faz procurar, e orientar a VIDA para a busca de uma resposta, vivendo numa busca sem fim? Quem sabe faz bem. Quem sabe faz bem, quanto mais não seja, para nos relembrarmos que existimos, e que somos algo mais que sangue, água, músculo, matéria. Imagino-me, e a todos nós, como um corpo rodeado duma nuvem gigante que são as nossas dúvidas, receios, projectos e sonhos. Quem sabe quanto maior essa nuvem maior o significado da nossa existência.

Quem sabe aprendamos mais acerca de nós próprios, ainda que isso seja aprender que há muito mais para aprender do que consigamos absorver. Mas, por mínimo que seja, quem sabe aprendamos, não o que somos, mas porque o somos, e como poderíamos ser. Quem sabe aprendamos as coisas que gostamos, as pessoas de quem gostamos, e isso nos ensine a fazer da VIDA algo alegre, pleno de sentimentos e emoções que procuramos e encontramos, pois sabemos o que procurar.

Quem sabe isso nos ensine a não ser apenas mais um na multidão, mas alguém em contacto, ou em tentativa de contacto com tudo o que nos rodeia, e com tudo o que vai dentro de nós. Quem sabe apenas nos torna miseráveis. Quem sabe…. Quem sabe.

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terça-feira, agosto 28, 2007

"Eu Só Gosto de Jesus!"

Ao se levantar, e depois de deixar o dinheiro para pagar a conta na mesa em 8 moedas, pega no velho e gasto capacete branco que deixara em cima da cadeira, passeia os olhos pelo café, que se cruzam com os dele, e comenta com a amiga “Eu só gosto de Jesus”, à medida que abandona o local. Antes, ele reparara, tinha pregado a suposta palavra de Jesus à sua amiga, um pouco mais velha, e de quem se aproximava, centímetro a centímetro, fazendo deslizar a cadeira, talvez numa esperança de obter mais compreensão e adesão.

“Só gostas de Jesus?... Pois bem…” – Pensa ele, depois de ouvir tal afirmação. Pensa no sentido. Imaginando que realmente existe um Jesus, e que realmente é o que tanta gente imagina, que sentirá ele ao ouvir, por parte desta senhora que, em conversa com a sua amiga agitava freneticamente um folheto que anunciava a “Salvação Divina”, que apenas gosta de Jesus. Claro que está fora de questão esta pessoa tão devota não ir para o céu, mas antevejo um certo problema… O “seu” Jesus terá de lhe arranjar um quartinho nos subúrbios do céu, não vá acontecer tal alma ter de conviver com os restantes imortais. Ou então… sim, talvez seja isso, apenas ela irá para o céu, e aí poderá estar apenas com Jesus, aguentando o elástico com o mesmo, enquanto Deus, O pai, salta nesse mesmo elástico, rindo divertido. Então… mas e nós? Os que gostam não apenas de Jesus, mas uns dos outros, os que não acham necessariamente que a próxima pessoa que nos interpela é um infiel, não merecedor do bom que esta VIDA tem? Ou mesmo, aqueles que nem gostam nem deixam de gostar de Jesus?... Infiéis!

Acho que, no fundo, pessoas com este radicalismo muitas vezes parecem estar ansiosas para passar para o lado de lá. Quem sabe muitas vezes uma triste existência leva à perda de esperança dum futuro melhor, levando à subsequente esperança de uma outra VIDA melhor, num plano completamente diferente. Acaba por ser, quem sabe, mais fácil, passar esta VIDA à espera duma próxima, que pode nem aparecer…

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quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Receios... (ou medos)...

Não sei de onde vem esta minha obsessão em querer retirar o máximo da VIDA… Em olhar para imagens de um qualquer lugar distante querer estar lá, de gostar de sentir saudades… Saudades de sítios onde nunca estive, e saudades de casa, quando lá estou. Será que no fundo o que quero é sentir, cada vez mais? Seja adrenalina, seja alegria, seja saudade, seja o que for?...
Será que isto vai fazer de mim um velho amargo, por achar que não consegui viver tanto quanto realmente gostava? Ou será que me vou aperceber do quão feliz fui, e feliz ficar por isso? Também não sei porquê este meu medo da velhice… Parece que a vejo como um fim, quando não tem de o ser. Porque tenho medo de ser velho? Não sei e será por olhar à minha volta e ver, maioritariamente rostos tristes ou desinteressados, não sei se até isso é distorção minha. Não sei mesmo… É algo dentro de mim que não queria que fosse tanto assim, este medo da velhice, mas que não consigo controlar. E o pior, ou até o melhor – não sei – é que não sei se o quero controlar… Como se quanto mais medo tivesse da velhice mais me impelisse a tentar viver o mais intensivamente possível. Talvez se não o tivesse encostar-me-ia, deixando algumas coisas para “depois”.

Um boa parte deste viver intensamente de que falo passa pelas ideias. Uma mera fantasia é capaz de me fazer voar um pouquinho, apenas imaginando como seria, e onde seria. Sinto que há tanto que não conheço, e a consciência do que tenho de fazer quando choca com o que quero fazer, deixa-me confuso, sem saber… Tens de estudar, arranjar um emprego, estabilizar… Mas porque é que eu tenho de estabilizar?... Outra coisa que me assusta. Emprego significa estar/ser adulto, e estar adulto significa ser adulto. Ter as preocupações com ninharias que não quero ter.
Será possível mantermos a nossa parte jovem para sempre jovem? Ou é inevitável esta ir-se mascarando lentamente, até que já não sabemos onde está? Enfim, grande desabafo… Acho que vem, eventualmente, de olhar à volta e pôr pontos de interrogação nas coisas…
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segunda-feira, novembro 28, 2005

Vícios

Antes de mais, o que é um vício? Algo de que gostamos? Algo de que gostamos e não conseguimos largar? Tem de ser nocivo? As definições gerais apontam para algo que gostamos, não conseguimos largar, prende-nos, pensamos nisso várias vezes... É mais ou menos assim não é? Então alguém que adora futebol,quer sempre jogar ou ver está viciado nisso? Alguém que não prescinde da sua corridinha todos os dias, está no trabalho a pensar nisso, não passa sem isso... Está viciado?
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Agora se pensarmos que tem de ser algo que faça mal. Aí estes dois exemplos já não se adequam. A menos que façam com que a pessoa abdique de outras coisas em prol de uma partida de futebol, ou uma corrida. Mas por outro lado, pode abdicar, simplesmente porque prefere correr, ou jogar futebol, do que fazer essa outra coisa, certo?
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Para mim, um vício não existe atér que o tentamos deixar. Isto é, se alguém fuma, pode fumar simplesmente porque gosta, não tem de estar viciado. Agora se tenta deixar e não consegue, ou consegue com muito custo, aí é outra história... Quem diz fumar diz outras coisas quaisquer. Por exemplo, ver televisão... É fácil dizer que se alguém não vem sair com a malta para ver tv, está viciado nesta. Até eu digo, não estou praqui a escrever armado em analista superior, apenas quero ver as coisas doutro ponto e vista. Mas não será que essa pessoa simplesmente prefere ver tv a sair??
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Mais uma vez... Se essa pessoa pensa: "Pá, quero sair, para a próxima saio e não fico a ver tv!" - mas efectivamente fica a ver tv nessa tal semana... Está... Sim, viciado! Digo eu, não é...(?).
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Tenho uma teoria muito própria quanto aos vícios... Se alguém fuma, por exemplo, já tentou deixar e não conseguiu (viciado, portanto), mas sente-se feliz a fumar, pois que fume! Para quê sacrificar-se a deixar e depois andar deprimido? Não interpretem mal, peço alguma abertura de mente para perceber esta perspectiva. Se não tiverem, paciência, também não me afecta muito:). Contudo, há dois senãos, creio... se o vício faz com que pessoas à sua volta sofram com isso, como o caso duns pais que sofrem pelo filho ser um agarrado à coca, sofrem emocional e financeiramente, há que pensar nisto... Não somos um sistema isolado. E o outro senão é se o vício é algo que nos consome desastrosamente. E o que é desastrosamente? Não sei, é como definir "normal", é sempre difícil. Mas imaginemos, por exemplo, alguém se injete com heroína todos os dias, e não passe sem isso por momento algum.
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E assim acaba a minha reflexão sobre os vícios. Não quero escrever mais. Espero que tenham gostado. Sinto-me simpático para os meus leitores blogueiros (sim, apesar de ter dito que não me afecta que pensem se não entendem o meu ponto de vista:)
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sexta-feira, novembro 18, 2005

Envelhecer

60, 70, 80 anos... Tanto tempo!...
Em parte, toda a gente quer viver para sempre. Por vezes (poucas, espero), muita gente desejava nunca ter vivido. Eu,quando penso nisso, sou dividido por um sem numero de pensamentos que se degladiam na minha mente. Por um lado a vontade de viver para sempre, pelo outro, a outra...
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O que seria viver para sempre? Fazer 80, 100, 200 anos, cada vez mais velho? Ou viver para sempre, qual Dorian Gray, com o fulgor dos 20, 30 anos? Apesar de estas duas hipóteses estarem fora de questão, muito mais está esta última. Vivemos para sempre até morrermos, mas com o fulgor dos 20, 30 anos, isto passará, mais cedo do que nos apercebemos talvez.
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Dito por um rapaz de 21 anos pode parecer desesperado e de alguém que muito se preocupa e massacra com o futuro. Desenganem-se, não é o caso.
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Por saber que a VIDA passa num instante, e que, pior, antes de passar, talvez o melhor já tenha passado, tento fazer o máximo que posso, ser feliz. Se uma pessoa é feliz a olhar para uma parede branca, não tenho nada conta. Se eu sou feliz a fazer determinada coisa, não quer dizer que uma outra pessoa seja feliz a fazer exactamente o contrário. Às vezes custa a compreender, mas é preciso saber da existência de tanta gente diferente de nós.
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É quando passo por um velhinho na rua e penso nisto. Um velhinho, não um velho. Porque, como disse aqui uma vez, há velhos e velhinhos. Um dia destes estava com os amigos que moram comigo em Coimbra, em casa da nossa senhoria. Ela é velhinha. Estava sentade em frente a nós, e decidiu levanta-se, para fazer algo que não me recordo. Ela demorou quase um minuto até conseguir-se levantar, e quando o fez, falava devagr, arfando. Eu não quero isto! Não quero chegar a uma altura em que ouço mal, dói-me tudo, não consigo fazer nada. Não quero.
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As pessoas mudam, e também eu mudarei. Adquirirei outros gostos, se calhar vou passar a dar mais valor a estar em casa a ver TV com uma manta nas pernas e um aquecedor velho em frente, dia após dia, após dia. Mas não quero! Dificilmente me vejo numa situação assim a menos que esteja completamente resignado com a VIDA, à espera da morte. Parece um discurso um bocado mórbido, mas não é. Chamemos-lhe um desabafo.
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Em Setembro, conheci na Ericeira, em pleno mar, um senhor que já devia ter ultrapassado os 60 e estava, tal como eu, à espera duma onda. Quem sabe.
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sexta-feira, novembro 04, 2005

Consciência


Quase toda a gente vive a sua VIDA como se nada se passasse. Isto é, quase toda a gente existe, sem saber que está a existir. Costumo usar muito o termo "autómato", para definir este espécime de humanos que tanto dominam as massas. Talvez tu próprio que lês ist, faças a tua VIDA sem pensar um momento no porquê. Alberto Caeiro hã? Pois ele não se dava muito ao trabalho de se questionar. Mas era feliz.
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E nós, conseguimos ser felizes assim? Se sim, é quanto baste. Mas eu próprio, gosto de vez por vez olhar para o espelho a fundo. Passar a pele, o músculo, não olhar para a minha imagem mas para dentro de mim. Tocar nas minhas mãos e senti-las, tocar em mim, sentir-me. Por isso gosto do frio, como já algumas vezes disse, porque o frio mostra-me as barreiras do meu corpo, lembra-me onde acabo e onde começo.
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Se olhamos a fundo para nós próprios podemos comunicar com o nosso interior mais facilmente. Saber o que queremos e o que não queremos, e como ser felizes atentando nas coisas simples da VIDA.

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domingo, outubro 16, 2005

Orgulho/Princípio

A linha que separa o orgulho do príncipio é muito, muito leve. Pensemos, quantas vezes dizemos que, por uma questão de príncipio, não faremos determinada coisa? E quantas vezes, o que se passa na realidade é que por uma questão de orgulho não fazemos essa mesma determinada coisa?
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Ora eu falo por mim. Sou geneticamente orgulhoso. Contudo, (acho que) sei dar o braço a torcer. Quem me conhece pode dizer que não, e se forem quase todos a dizer, então é porque têm razão e eu dou o braço a torcer ao reconhecer que não o dou a torcer. Trocadilho engraçado.
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O que é certo é que também quase sempre só nós é que sabemos como nos sentimos cá dentro, e nós é que sentimos que estamos a abdicar de algo a que achamos que temos, ou teríamos, direito. Por outro lado, quem está de fora também pode ver com mais objectividade se estamos a ser cabeça dura ou não.
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Muitas vezes sabemos que estamos a agir, ou deixar de agir, por orgulho, mas tentamos enganar-nos a nós próprios, dizendo que é "uma questão de princípio"! E há mesmo asoutras vezes em que nem a nós nos enganamos, e sabemos perfeitamente que é orgulho, mas custa!... No inconsciente talvez uma ideia que se o fizermos os outros vão achar que somos fracos, quem sabe...
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No fundo, acho que isto acaba por se resumir ao princípio, mas há princípios pelos que valem a pena lutar, outros que nem por isso. Se peço a um amigo uma bolacha e ele não me dá, e passado um bocado diz que dá e não aceito, talvez seja um princípio sem sentido. É um exemplo talvez estúpido, ams é só para ilustrar um ponto de vista. Se um amigo me apoia numa caso em que estou muito abalado com alguma coisa e vai dizer a outras pessoas que nem sabe porque o está a fazer, e que devia era ter juízo, é uma questão bem diferente, em que o voltar atrás poderia ser bem diferente. Não são exemplos práticos (o da bolacha de certeza que já se deve ter passado:), exemplos apenas...
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É assim ténue a linha que nos pode fazer parecer (ou mesmo ser) mais ou menos obtusos, mais ou menos abertos e flexíveis. Cabe-nos a nós pesar sempre as duas medidas o mais objectivamente possível (100% é impossível) e decidir a melhor atitude.
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sábado, outubro 08, 2005

Verão

A quem tinha (ou tem) algum prazer em ler os textos do meu blog peço desculpa pela grande ausência. De hoje em diante vou tentar publicar um ou dois textos por semana, pelo menos.
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Eis que o Verão está a chegar ao fim. Custa-nos a nõs e, pelos vistos, ao próprio, já que sisma em ficar por cá por mais um dia, e mais outro, e mais outro... Estamos em pleno Outubro, e os 30 graus estão lá fora (e eu aqui dentro, neste momento...:) Claro que associado a isto estão razõs menos boas (tipo aquecimento global), mas tentamos empurrar isso para a parte de trás dos pensamentos e aproveitar o calorzinho na pele.
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E por falar em Verão, acho que não tenho nenhuma razão de queixa em relação a este! Ora vejamos... Cheguei a Portugal no dia 10 de Maio, e no dias 11 fui para a Queima de Coimbra, onde estive 3 dias sempre a curtir. Claro que não stive os dias todos nas Queima, já que esta tinha começado fazia 3 ou 4 dias. contudo, posso dizer que o que perdi na Queima curti aqui mesmo em Vale de Cambra, já que as festas de Santo António (Junho) partiram tudo! Como não tinha de estudar diverti-me como nunca tinha podido nos anos anteriores. 4 ou 5 dias a chegar a casa às 8 da manhã, histórias para contar, tendo como principal acompanhante FAkE, em alta :p
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Ainda em Maio fui ao Super Bock Super Rock com dois amigos. Também foi muito porreiro e vi bandas espetaculares, tal como os meus preferidos, Incubus.
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Em Julho fui 15 dias ao Moçambique e África do Sul. Como parte desta viagem estive 2 ou 3 dias num Safari onde andei de boca aberta 95% do tempo em que estive lá dentro. Sem palavras. (há fotos publicadas no FotoBlog). Já tinha ido neste mês a outro festival, a Ilha do Ermal. Fui sozinho mas curti, é uma experiência diferente, estava na minha.
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No início de Agosto estive no Festival Sudoeste, que foi espetacular. Além das bandas, o espaço, estar perto da praia, o melhor até foi ter feito um bom amigo, que "ficou". A seguir a esse festival iria para o Algarve de comboio. Contudo, por sorte encontrei no meio dum concerto um rapaz que ia de carro para Loulé e aceitou dar-me boleia. Durante esta adormeci e quando acordei, estava em Quarteira. O Tó (assim se chamava) fez o obséqui e deixou-me em casa.
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Aí estive 3 semanas com os meus pais e a Graciete, foi espetacular. Depois foi voltar a casa e estudar uns dias para fazer uma cadeira que tinha em atraso (foi feita).
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E no dias 15 de Setembro chegaram alguns amigos de Erasmus que me vinham visitar para uma Surf Trip em terras lusas. Veio o Albert, Lau, Piia, Valeria, Andrea e a Serena. 2 Catalães, 1 Finlandesa 2 3 Italianos. E assim andamos aí por Portugal a viajar, nas cidades mais bonitas, nas melhores praias. Foram embora a semana passada, acabamos a "Tourné" em Quarteira, e eu vim para cima no dia seguinte de boleia com um amigo que encontrei.
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Agora começam as aulas. Adiversão não acaba (nunca acaba) mas é preciso equilibrá-la com idas às aulas.
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PS - Fiz 6 anos de namoro na Terça:) Fui a Portalgere visitar a Grace, valeu muito a pena...
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segunda-feira, setembro 12, 2005

Passado

Qual é o meu lugar, agora que cheguei?
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Tudo continua como antes, e para grande parte dos casos, ainda bem. Estou bem aqui, mas vem-me à memória vez por vez imagens, momentos na minha mente, que me fazem lembrar o ano que passou. Há um ano, nesta altura devia estar a curtir com o grupo de amigos ainda em fase de "criação" e tinha tudo pela frente, um ano que já sabia que não ia esquecer. E tão pouco sabia eu...
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Lembro-me de coisas pequenas, (aparentemente) sem significado, como idas ao supermercado, sair à noite de bicicleta, o Raatikellari (nosso bar), um floco de neve a cair. Fui sugado para um mundo que se passou em menos dum segundo. Já passou... Pessoas que conheci, lugares que visitei, Finlândia, Suécia, Rússia, Letónia, Estónia, Lituânia, em viagens todas inesquecíveis.
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Ficarão para sempre no meu coração, na minha memória, mas queria vivê-las outra vez. Em parte é bom, este sentimento de nostalgia, recordar, sentado numa espreguiçadeira a beber um café, mas sabe-me a algo "incompleto", falta o sentir, o estar lá. Fosse a VIDA um filme, que pudéssemos rebobinar quando nos apetecesse. Quereria eu fazê-lo? Sem dúvida alguma. Faria? Possivelmente não. Um momento é um momento, não pode ser dividido em mais, ser vivido mais que uma vez. Custe o que custar...
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--> se ainda não votaste clica aqui e fá-lo, é rápido <--
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sexta-feira, setembro 02, 2005

País ou Região?

Estive no Algarve estas três últimas semanas. Uma noite, estava eu com a minha família (namoradas e primos incluído) e lembrei-me, a propósito não sei de quê (devíamos estar a falar de algo que me fez pensar nisso) de perguntar a quem me rodeava:
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- Esquecendo que quase de certeza que nunca vai acontecer, se houvesse um referendo para Portugal ser absorvido pela Espanha, passando a ser uma região, que votavas?
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Claro que nunca vai acontecer, mas lembrei-me porque muito boa gente defende isto. Eu respeito, tenho de respeitar, mas sou totalmente contra. Não sou só contra que disse, nessa noite, que se isso acontecesse eu tornava-me activista. Mas não confundam activista com terrorista.
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As votações foram divididas entre o sim e o não. Quem "votou" sim disse que tínhamos de marimbar-nos para o patriotismo um bocado, e pensar que ia ser melhor, melhores condiçoes, mais dinheiro... Ora a mim, felizmente nunca me faltou nada, por isso não estou na mesma posição que um idoso que receba uma ninharia como pensão. Contudo, será que o dinheiro, o estar um pouco melhor, sobrepõe-se ao sentido de identidade de ter um país a que, bom ou mau, podemos chamar de nosso? Toda a história, toda a luta, tudo o que de bom temos (sim, também temos coisas boas!!...)
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Conheci na Finlândia mais de dez Catalães, e todos eles gostavam de ter um país a que pudessem chamar Catalunha. Antes de ir para lá desconhecia, mas aconteceu com a Catalunha mais ou menos o que aconteceu com PT quando os Filipes de Espanha tomaram conta do país. Só que daqui nós fizemos com que fossem, mas na Catalunha não. São hoje (não todos, claro) pessoas com a sua língua, cultura, subjugados a outro país... Como o País Basco... Como PT seria..
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E então lembrei-me de criar uma sondagem na Internet com a mesma pergunta. Para votares clica aqui. E esquece o que disse acima, gostava de saber a tua opinião antes de leres o que escrevi (talvez presunção minha achar que podia influenciar a opinião de alguém:)
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Para ter mais pessoas a participar, também agradecia se, por exemplo, deixassem o link [http://www.createsurvey.com/c/28137-nlBqtc/]nos vossos blogs ou digam a amigos... Obrigado.*
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