terça-feira, julho 19, 2005

Um Instante

A VIDA rege-se por momentos. Pequenos, grandes, mas sobretudo por momentos que nem se chamam momentos mas instantes, dada a sua dimensão que não combina com seu poder. O que é um instante? O que é esse pedaço de tempo que ninguém sabe precisar? Uma hora? Um minuto? Um segundo?... Um instante. Com imprecisão tal de fronteiras que pode ter qualquer uma destas durações...
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E o seu poder. Num instane, a nossa VIDA pode mudar radicalmente. Melhorar, piorar, desaparecer. Um instante apenas, um atraso, ou um adiantamento em relação ao normal, e tudo desmorona, ou tudo embeleza. Mas (há sempre este "mas"), quando é que pensamos neste "instante"? Pensamos neste instante quando algo corre mal, pensamos que poderiamos ter chegado um instante mais tarde, um instante mais cedo, e tudo seria diferente.
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Hoje atropelei um homem. Ao chegar do Porto, vindo de trás dum camião estacionado, ele aparece-me mesmo em frente de Scooter, na minha faixa. Num segundo, ou talvez não, num instante, o que quer que isso seja, travo, há o barulho dos pneus a chiar e o bater inevitável do senhor, que é lançado para a frente, bate com a cabeça no vidro, partindo-o, e cai para o meu lado direito. A primeira coisa que faço é pegar no telemóvel para ligar ao 112, e sair do carro para ver como o senhor estava. O medo de encontrá-lo com os olhos cerrados...
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Agora está tudo bem, não houve nada grave. Contudo, por melhor que estejam as coisas agora, não podemos apagar certas partes da nossa memória e fingir que nada passou. Ficamos sempre a pensar nisso.
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Mas, apesar de tudo, não falei no instante por estar ainda agora a massacrar-me com aqueles 3 segundos em que eu podia ter chegado depois. Imaginem que eu chegava 0,5 segundos depois ou antes, e batia no senhor de maneira diferente, fazendo-o cair de maneira diferente e magoar-se gravemente, ou mesmo morrer? Imaginem que passei 5 minutos depois de um despiste dum carro que bateria em mim. Imaginem que quando estive no WTC, os terroristas tinham decidido que esse dia seria melhor para mandar abaixo as torres! Imaginem, imaginem, imaginem!...
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Não sei se percebes onde quero chegar. Há, a cada instante, uma infinidade de situações que nos podiam prejudicar, ou aos que amamos, ou situações más que acontecem que podia ser muito piores, mas não acontecem. Por vezes sim, mas a cada segundo que passa, estamos a sobreviver, com esses instantes a jogar do nosso lado.
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Interpretar as coisas desta perspectiva não é adoptar uma atitude conformista, ou negar a realidade, é simplesmente ficarmos contente por todas estas coisas que nunca nos aconteceram. E isso para mim, é mágico...
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domingo, julho 17, 2005

Sonhos

Quando somos novos temos muitos sonhos. Uns são irrealistas, como mudar o mundo (estou a começar a perceber agora que não é assim tão fácil), mas muitos são sonhos cujo alcançe depende de nós mesmos! Há os que dependem da sorte e de factores que não podemos controlar. Contudo, muita gente faz com que a existência destes factores dite logo uma desistência precipitada de tudo.
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Há pouco li um exemplo muito elucidativo. Bradd Pitt antes da sua carreira entregava fliers ou lá o que era dentro dum vestido de galinha, e conduzia limusines para strippers. Com o dinheiro pagava as aulas de representação!... Podia ter pensado que "a sorte calha sempre aos outros..."
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Mas mesmo sonhos mais simples, as pessoas à medida que crescem vão esquecendo. Vão por um caminho sem retorno, onde a VIDA se vai tornar cada vez mais estereotipada e rotineira. Esquecem os sonhos que acalentavam em crianças...
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domingo, julho 10, 2005

Emprego / Rotina

Tenho pensado ultimamente no meu futuro. Cada vez penso mais que é um grande ponto de interrogação. Além do medo de eu próprio mudar a minha maneira de ser, tenho medo da rotina que possa vir a ganhar. Pensei nisto noutro dia quando um amigo meu me falou numa psicóloga muito gira que trabalhava no hospital. Para mim e muitos outros como eu, que estudam psicologia, a hipótese de trabalhar no hospital de Coimbra é algo quase inatingível, já que as possibilidades de emprego são muito poucas.
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Contudo, eu fiquei a pensar... A ideia de ter um emprego como este, um horário das 8 às 5. todos os dias, "para sempre",... Não quero... Claro que se no final do curso me aparecer esta oportunidade, não penso duas vezes antes de aceitar, mas preferiria outra coisa. Algo mais dinâmico, queria algo mais imprevisível. Quero não saber ao certo como vai ser o meu dia a seguir. Quero estabilidade apenas no que for fundamental.
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Um emprego relacionado com psicologia que me agradaria seria Psicologia Criminal. Trabalhar na polícia, traçar perfis de criminosos, prever o próximo passo, entrar nas suas mentes...
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Será que é possível? Fazer da VIDA algo que realmente gostamos? Ou o que realmente gostamos é algo que vamos ter de aprender a gostar?
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