Moçambique

A semana que passou estive em Moçambique. Ao chegar, a primeira impressão foi terrível, o meu irmão (que foi buscar-me) a dizer que tinha visto uns polícias a balear um gajo, depois aquelas favelas por onde viemos... Enfim, não deixaram grande impressão.

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Contudo, à medida que íamos entrando na cidade ia vendo que não era bem assim. Entenda-se, tudo era bastante pobre, mas não aquela decadência que a favela que eu tinha visto sugeria. Para imaginar mais ou menos a pobreza, pensem nisto... O salário mínimo lá era, se não me engano, à volta dos 9 contos. Como aqui é cerca de 70, é de imaginar que as coisas fossem aí pelo menos umas 5 vezes mais baratas, já a contar com eles a perder... Contudo os preços era quase tão altos como em Portugal! Um café custava à volta de 30-40 centimos, uma cerveja 1 euro, só a coca-cola era a 20 centimos...

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Admirou-me também o português dos Moçambicanos, que apesar de terem também outros dialetos, falavam "melhor" que os brasileiros. Mas também, se pensarmos que há 30 anos aquilo era Portugal, faz todo o sentido...

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Outra coisa que me admirou foi a quantidade de vendedores de rua. Era impressionante. Quem não soubesse pensaria estar numa capital mundial de turismo. Eram tantos, tantos... Vendiam peças de artesanato espetaculares, mas também conseguiam ser persistentes para lá do limite. Sem exagero, eram capazes de caminhar connosco durante meia hora, só para vender a peça, que ia diminuindo de preço a cada minuto! Havia quem se enervasse um bocado, e é perfeitamente compreensível, imaginem 10 moçambicanos à vossa volta, todos a falar ao mesmo tempo para lhe comprares algo. Eu, contudo, achava piada áquilo. Dava-me uma sensação de algo "puro"... é difícil explicar. Não é uma questão de gostar de ser o centro das atenções, não tem nada a ver. Se me interessava comprava, se não, dizia que não e virava costas, sem ser antipático. Mas eles, claro, continuavam..

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Eu andava pelas ruas, pelo mercado, olhava à minha volta e tentava sorver cada imagem para dentro de mim. Gosto da novidade, gosto do desconhecido. Contudo, quando olhava para o lado esquerdo, algo do lado direito me escapava, e tinha pena, não conseguia conhecer o local no seu todo. Estava em África, pela primeira vez, e uma sensação qualquer no ar fazia-me querer ficar mais um tempo e conhecer mais...

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Na brincadera, enquanto esperávamos pela terceira hora pelo avião para voltar, o meu irmão disse que se nos dessem o euromilhões vínhamos a pé. Eu sorri, e disse que sim. Depois disse que um milhão bastava, depois disse que cem mil contos bastavam.. E pensei mais... Se me assegurassem que quando chegasse a PT, as condições de emprego seriam as mesmas (porque quem estuda Psicologia vê a cada ano milhares de pessoas graduarem-se, numa profissão já sobrelotada) de que quando tinha saído, e se me pagassem as despesas, eu vinha mesmo a pé. Podia demorar 2, 3 ou 4 anos, mas vinha... Parece estúpido se calhar, mas acho que viajar está-me no sangue... Estive a contar ontem, e já visitei 19 países!...

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Fomos também à África do Sul, durante 2 dias. E fez valer a viagem mesmo que não tivesse gostado nada de estar em Maputo. Fomos ao Krugger Park, um parque maior que PT, onde entravamos de carro e andavamos pelo meio da selva... lindo, lindo... Parar o carro para elefantes atravessar a estrada, ver girafas, leões, leopardos, zebras, bufalos, javalis, gazelas, macacos, e muito mais, tudo no seu habitat natural!!...

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Em Moçambique ainda fomos a uma ilha, Inhaca, e também foi muito porreiro. Uma ilha com 9 mil pessoas, não havia carros, era a imagem que muita gente tem de África... As senhoras vestidas com aquelas cores todas, sentadas na rua a comer fruta, o pessoa, a vender coisas na rua, as pessoas a sorrir. O nosso "cicerone", o Eugénio, disse que não havia bandidos na ilha... Estou com pouco tempo, vai ficar por aqui o post.. : p

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Estou a publicar umas fotos, talvez não todas hoje porque não sei se consigo.Dêem uma olhada, vale a pena... www.gjpix.com/my_vitriol