quarta-feira, junho 29, 2005

Consciência de Si Mesmo

Perturba-me a ideia que muita gente anda por aí sem o saber. Isto é, se pensarmos, a consciência de nós próprios não +e tão frequente como poderia ser. Eu mesmo, que tantas vezes penso nisto, passo dias inteiros sem dar por mim. Não ando adormecido, não ando nada, pelo contrário, vivo a 200km/h. Contudo, gosto dos momentos em que paro para pensar em mim. Não no Pedro, na pessoa que toda a gente conhece, na imagem. Não que o que as pessoas conhecam seja uma ideia completamente distorcida de mim, mas estamos fartos de saber que ninguém conhece verdadeiramente ninguém, nem nós próprios.
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Contudo, nem é a isso que estou a referir-me, estou a falar de nós, o que somos, o que nos torna diferentes de nós próprios. Pensar em nós, sentir-nos. Pode parecer estúpido, mas olhar para um braço, mexe-lo, e saber que só nós o podemos fazer, mais niguém. Saber que podíamos ser qualquer pessoa no mundo, mas somos nós, nós! E que só nós sabemos o que realmente sentimos, e só nós conseguimos realmente sentir o que sentimos. Parece uma infinidade de redundâncias, mas não são, pelo menos para mim.
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De vez em quando gosto de parar, e olhar-me ao espelho, mais uma vez digo, não para a minha imagem, mas para dentro de mim. Aproximo-me e olho dentro dos meus olhos castanhos, banais certamente para tanta gente, mas não para mim, porque são meus! E eu sou só meu! Posso entregar-me a alguém, alguém pode entregar-se a mim e partilharmo-nos. Mas a outra pessoa não sabe o que estamos a pensar a menos que o digamos, ou transmitamos de qualquer maneira. E a outra pessoa não pensa por nós.
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Espero que não interpretem isto como um ataque ao romantismo e a arte de se dar a alguém, não é a essa maneira que me refiro. Se assim interpretarem também não me ralo muito, porque apesar da complexidade do tema, talvez tenha sido o melhor que consigo explicar.
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