terça-feira, julho 13, 2004

A Pureza

Um destes dias, estava a tentar estudar, mas caí no "bom erro" de ligar a televisão. Estava a dar "Os Maias", e acabei por ficar e ver. Houve várias cenas a que achei bastante piada... Quando Maria está à janela, e Pedro fica na estrada a olhar para ela, "...namorando à antiga", como dizia o narrador! Muito bem desempenhado pelo actor, vemos um brilho nos seus olhos incrível, uma felicidade extrema, simplesmente de estar ali, na estrada, a olhar para a sua amada. Mais exactamente, uma pureza incrível!

Fez-me pensar que, com o passar dos tempos, com a evolução natural das coisas, houve esta pureza do amor que se perdeu. Desengane-se quem pensar que sou contrário a esta evolução e que preferia "o antigamente", a questão não é essa. A evolução é boa, é claro mas há sempre o reverso da medalha, sempre algo que se perde. Hoje em dia duas pessoas conhecem-se, e se preciso for, até vão para a cama no primeiro dia. Mas atenção que não estou a dizer que isto está errado, só estou a focar aquela corte que havia antigamente. Antigamente sim, havia uma "época da conquista".

Não sei se estou a fazer-me entender, ou se estou a passar a imagem de resistente à evolução, quem me conhece sabe que não sou assim, estou só a levantar um novo ponto de vista para uma coisa. Antigamente o homem idolatrava mais a sua amada, ela era como se fosse uma deusa, num estado muito acima. Claro que não estou a dizer que agora eu, ou o Manel, ou o Zé, não o fazemos, acho que todo o namorado deve achar que sim, que o faz, mas estou a falar da generalidade, daquilo que me apercebo.

Isto é só uma opinião, e não estou triste ou desilududo com esta evolução.*

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