segunda-feira, janeiro 03, 2005

Morrer

Tenho um tio avô (que não sei se já vi alguma vez) que está doente, perto da morte. Tem 80 anos e está no hospital. Hoje fui levar os meus avós a visitá-lo e pensei: Ele está a morrer (é o que me dizem), e está lúcido. Será que ele saber? E se sabe, como será saber que mais dia menos dia, mais semana menos semana, vamo-nos?
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Será que aos 80 anos a pessoa está farta da VIDA e pensa que o melhor é mesmo ir? Estas perguntas ao mesmo tempo não fazem sentido, porque somos todos diferentes, todos com VIDAS diferentes, e se há uns que aos 80 estão "preparados" para ir, certamente que há outros que querem mais e mais.
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Eu julgo ser um destes últimos. Tenho 20... perdão, 21 (acabadinhos de fazer:) anos e claro que não estou perto de nenhum destes exemplos, mas imaginar-me velho, imagino-me a querer sempre viver o mais que possa. Por outro lado... Como adoro correr, saltar, jogar, brincar, exigo do meu corpo, de maneiras que não poderei fazer em velho. Também posso ficar deprimido por não conseguir fazer tudo o que queria e perder o gosto pela VIDA. Não sei, é só uma maneira diferente de interpretar a mesma coisa.
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"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" - e se assim for, certamente à medida que envelhecemos aprendemos a gostar daquilo "que podemos". Será? Ao mesmo tempo espero que não, porque nunca um jogo de dominó me dará tanto prazer como apanhar uma onda, ou uma tarde sentado num banco de jardim será tão intenso como mergulhar num rio gelado... Vamos a ver...
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